"Todos os argumentos que provam a superioridade humana não eliminam este fato: no sofrimento os animais são semelhantes a nós." Peter Singer - Filósofo e professor de bioética na Universidade de Princeton, autor de Libertação Animal (1975)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Imagem do dia


Pesquisas mostram como animais respondem às mudanças climáticas




Dois novos estudos conduzidos por pesquisadores da Universidade da Califórnia podem ajudar a explicar como os animais vão responder às atuais mudanças climáticas do planeta. Para isso, eles analisaram o comportamento de diversas espécies no século passado, e descobriram como cada variação no clima afetou sua migração. 

O primeiro dos estudos, publicado na revista Global Change Biology, descobriu que mudanças na taxa de chuva têm uma influência maior que a prevista para conduzir a migração de pássaros para fora de seu território original. A outra pesquisa, publicada na revista Proceedings of the Royal Society B, descobriu que o clima é capaz de causar uma grande queda na população de esquilos, embora eles sejam capazes de encontrar refúgio em alguns locais. 

CHUVAS Usualmente, os cientistas levam em conta apenas mudanças na temperatura para explicar a migração de espécies. No entanto, segundo os dados coletados pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia, pelo menos 25% das espécies se movem em direções não explicadas por alterações na temperatura local. 

Os pesquisadores estudaram 99 espécies de pássaros em 77 locais dentro de parques naturais e florestas dos Estados Unidos. Para isso, eles compararam dados atuais com informações recolhidas por exploradores no começo do século passado. “A temperatura não explica todas as mudanças. Somente quando incluímos dados sobre as chuvas conseguimos adequar nosso modelo para explicar os movimentos", diz Morgan Tingley, um dos autores do estudo. 

A pesquisa concluiu que, enquanto o aumento na temperatura empurrava os pássaros para locais mais elevados e frescos, aumentos nas taxas de chuvas levava as espécies para regiões mais baixas. “Muitas espécies podem sentir pressões opostas da chuva e da temperatura, mas no final só uma delas ganha”, afirma o pesquisador. 

No entanto, um terço das espécies de pássaros não mudou de local, apesar da pressão ambiental. “Se mover é um sinal de adaptação. Na verdade, ficamos mais preocupados com a sobrevivência das espécies que não migraram”, diz Morgan Tingley. 

ESQUILOSNo segundo estudo, os pesquisadores analisaram a migração de uma espécie de esquilos chamada Urocitellus beldingi, que vive na oeste dos Estados Unidos. Ao usar os mesmo dados do século passado, e compará-los com medições recentes, eles descobriram que os animais desapareceram de 42% dos locais onde viviam. 

A extinção foi mais comum nos lugares com temperaturas altas no inverno e grandes taxas de chuva. “Nós ficamos surpresos de ver tamanho declínio nessa espécie, que era considerada bastante comum”, disse Toni Lyn Morelli, um dos autores do estudo. Surpreendentemente, os esquilos parecem estar se dando bastante bem em locais onde a natureza foi modificada pelo homem. Por exemplo, em oásis irrigados artificalmente nas regiões secas e quentes da Califórnia. 

“Juntos, os dois estudos indicam que muitas espécies estão respondendo às mudanças no clima. No entanto, as suas necessidades ecológicas e as mudanças provocadas pelos humanos tornam os resultados ainda mais complexos", diz Steven Beissinger, coordenador dos dois estudos. “Isso torna muito desafiador prever como as espécies vão responder às mudanças atuais do clima”.

Em quem os animais votariam nessas eleições??

Fica a dica:


Quer saber se o seu candidato é realmente pela causa animal? Averigue quantos animais sujos, com sarna, doentes, vomitando, defecando sangue, etc etc ele resgatou esse ano e quando falo de resgatar não é uma contribuição em gênero apenas, pq $ é bom e necessário mas atitudes são mais. O $ vem depois do resgate e do animal bem.Colocar um

animal no colo, no carro e levá-lo para uma clínica, tenho certeza é para poucos, sendo candidatos ou não, sendo pelo partido A,B,ou Z. Ter uma conta astronômica numa clínica no seu nome e ter que rebolar para pagar é algo que assusta, mas um abanar de cauda e uma lambida, ou um animal com fratura exposta correr na sua direção após sua recuperação...não há nada nesse mundo que pague a alegria que da.Sem agredir ou ofender esse ou aquele, fica aqui a dica já que muitos ainda estão sem candidatos e na duvida me perguntam em quem votar. O meu voto é meu e ele é secreto.Tenha sua própria opinião partindo dessa dica que deixo aqui.

Homem faz ‘corrente do bem’ para conseguir pagar cirurgia de seu cão


Foto:James Woodcock/Gazette Staff
Pelas ruas da cidade de Billings, no estado de Montana, Estados Unidos, Red é puxado em um vagão por Mike Mallory. Red é um cão da raça boadeiro australiano de cinco anos, companheiro e melhor amigo de Mike. Em janeiro, Red precisou de uma cirurgia de substituição do ligamento cruzado anterior na perna esquerda traseira, porém Mike – que sofreu um traumatismo craniano após um acidente de carro em 2001, e vive com recursos limitados recebendo pensão por invalidez – não podia pagar a cirurgia.
O veterinário da Clínica Veterinária de Billings disse à Mike: “Nós vamos ajudar seu cachorro, e depois nos preocupamos com a conta.” A cirurgia, junto com a reabilitação e outros procedimentos custariam mais de U$ 3.000,00. Mike disse: “ Vou pensar em algo”.  As informações são do Billings Gazette.
Red (vermelho, em português) tem o pelo ruivo, coberto com algumas pintas brancas. É amigável e bem comportado com estranhos, e a prova são as várias fotos de Red com a população da cidade de Billings na página oficial do Facebook “Walking for Red”, nome da campanha que arrecadou doações para Red. Red e Mike passam o dia andando pela cidade, “compartilhando o amor”.
Mike, que já morou em várias partes dos Estados Unidos, diz que é uma pessoa melhor por causa de Red.
Em junho de 2012, Mike conseguiu os fundos para pagar a primeira cirurgia de Red – graças também à página do Facebook e doações que vieram até da Alemanha – mas os esforços não acabaram.
O veterinário Dr. Brown informou que em muitos casos, outro ligamento cruzado anterior de outra perna precisa ser reconstruído após a primeira cirurgia. E foi exatamente o que aconteceu com Red.
Mais uma vez a clínica disse que faria o procedimento, e que se preocuparia com o pagamento depois. O veterinário não cobrou os honorários e o custo ficou em aproximadamente U$ 2.500,00.
“A ligação que Mike tem com Red é muito forte,” disse Allen.
Red passou pela segunda cirurgia em junho de 2012.
Mike ainda passa o dia puxando Red em seu vagão.
“Eu amo Red, eu não tenho que puxar esse vagão, mas eu amo puxar esse vagão. Eu passo o dia com ele, puxando-o no vagão.”
Red e Mike às vezes contam com a companhia de Rosie, cuja tutora é uma amiga de Mike. Rosie é da mesma raça que Red, e tem 2 anos. “Rosie veio de um abrigo, e no começo tinha medo de homens, então acho que sofreu algum tipo de abuso. Mas agora está bem, e Red fica louco quando ela não está junto com a gente.”
A filosofia de vida de Mike de “compartilhar o amor” e “dando para receber” é inspiradora, assim como seu amor e dedicação por seu melhor amigo.
“As pessoas talvez não acreditem, mas eu acredito que Red sabe que as pessoas estão ajudando ele, e ele gosta de ‘compartilhar o amor’. Ele me fez consciente do mundo ao meu redor, e me mostrou o amor que sempre busquei mas nunca conheci. Ele me trouxe alegria e a vida que só via nos programas de televisão ou que li em livros. Ele me mostrou que há outras pessoas no mundo com corações e sentimentos por outras pessoas, e que não pensam somente em si mesmas. Ele me mostrou que animais não são tolos, e possuem sentimentos que não são diferente dos nossos.”
Para quem quiser ver mais fotos de Red, Mike e Rosie é só acessar a página do Facebook. Red ficará muito feliz em receber comentários, mesmo que sejam em português (que depois eu traduzirei para Mike) e saber que está compartilhando o amor com os brasileiros.

Animais sofrem e são mortos com o consentimento de moradores e do governo


Foto: Reprodução/OIPA
Cabo Verde: praias de areia branca, mar bonito e vegetação luxuriante. Um paraíso para os seres humanos, mas um verdadeiro inferno para os animais abandonados. Como a ANDA já havia noticiado anteriormente, há anos voluntários, moradores e estrangeiros, incluindo turistas, tomam conta constantemente de cães e gatos abandonados, mas o governo continua a matar todos os animais que eles pegam, não importa se abandonados ou se sob a tutela de alguém, se esterilizados ou saudáveis. Mais de 10 mil animais morrem todos os anos em Cabo Verde, principalmente nas duas maiores cidades, Praia e Mindelo.
O governo captura os animais e, se ninguém reclama por eles em três dias e paga uma taxa substanciosa, eles se tornam propriedade do município, assim eles podem ser mortos com estricnina, um veneno terrível que mata após horas e horas de sofrimento.
Frequentemente, os cidadãos matam por si próprios os animais que vagam pelas ruas utilizando pedras, facas, ou mesmo enforcando, atropelando ou deixando-os sozinhos no calor do sol.
Foto: Reprodução/OIPA
A Simabo, entidade membro da Organização Internacional de Proteção ao Animal (OIPA) atuante na ilha de São Vicente, consegue fundos da União Europeia graças a um projeto baseado na esterilização em massa e a programas educativos para a população local. Entretanto, o governo de Cabo Verde ainda se recusa a apoiar qualquer objetivo para proteger os animais, colocando em risco o financiamento do projeto.
Veja aqui mais fotos da situação dos animais em Cabo Verde.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Consciência Animal


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. (Fernando Pessoa)
Semana passada, ministrei um mini curso na UEL – Universidade Estadual de Londrina – Pr, durante o II Encontro de Ciências Biológicas. Dessa vez, trabalhei o tema Vivissecção no Ensino e na Pesquisa.
Obviamente, o mini curso aconteceu pelo viés da anti-vivissecção.
Por mais que tenhamos segurança ao tratar certos temas publicamente, pensar a respeito de quem serão nossos interlocutores, sempre gera uma expectativa. Mas munidos de muita leitura, muita didática e muita coragem no sentido Socrático, lá fui eu, mais uma vez, para a arena. Não se trata de uma arena no seu sentido literal, com conotação negativa, mas uma arena onde sempre há um embate no nível das idéias e um certo grau de exposição.
Ao trabalhar qualquer tema que envolva o abolicionismo do uso de animais (ensino, pesquisa, alimentação, vestimenta, competição, e tantos etc) é impossível não fazer referência implícita ou explícita ao nosso posicionamento e conduta. Se implícita, a justificativa pela opção de um estilo de vida fica clara nas entrelinhas de tudo o que falamos durante uma exposição como essa e em nossa postura. Trabalhar tais temas é essencialmente, se expor.
Entre os participantes do mini curso, havia professores e estudantes da área de Ciências Biológicas e Biomédicas. Quatro vivisseccionistas que, como os demais, ouviam tudo atentamente. No início, os interlocutores mostram-se um tanto reticentes nos comentários e questionamentos. Alguns desconfiados. Normal. Mas à medida que os diálogos iam acontecendo, a teia do especismo, da mídia, dos hábitos impostos, da tradição, da hegemonia da exploração animal foi sendo aos poucos desemaranhada, revelando um cenário bem escondido. Não é mais surpresa constatar o quanto as pessoas demoram a ver o óbvio. O apogeu de encontros como esses é sempre o momento de discussão, desconstrução e deslocamentos de pensamento. Argumentos, contra argumentos, posicionamentos opostos e refutações. Se bem embasado, o discurso desconstrói argumentos que nem mesmo chegam a ser colocados.
As sucessivas intervenções nos levam a prever na maioria das vezes (não em todas) qual pergunta será feita, qual a provocação da vez. E antecipar. Ao final do curso/palestra/mini curso/intervenção, vem o relaxamento e a sensação de ter provocado os interlocutores a pensar em algo que não haviam pensado antes. Aí reside a mola propulsora de qualquer atividade educativa.
Ao final desse mini curso da UEL, alguns já não se apresentavam tão convictos assim. Alguma coisa aconteceu. Não deduzi pelas suas expressões, mas por suas falas. Inclusive dos vivisseccionistas. Maior prova de que a mágica da educação acontece em momentos como esse. Vi lágrimas, caras de espanto, indignação, indiferença. Não sou ingênua ao ponto de pensar que uma fala de quatro horas pode gerar transformações significativas para sempre. Mas se o que falamos tem fundamento, sempre fica uma mensagem para se pensar além.
Não apresentei nada apelativo, apenas verdades dos bastidores da pesquisa e do ensino baseados na vivissecção.
Muitas vezes o curso acaba mas a discussão continua. Na sala mesmo ou, conforme as circunstâncias, segue para o boteco/restaurante mais próximo ou outro ambiente.
Rubem Alves em seu texto “Sobre Moluscos e Homens”, faz uma comparação do ato educativo com o ato sexual e diz: “(…) é o desafio vital que excita o pensamento. E nisso o pensamento se parece com o pênis. Não é por acidente que os escritos bíblicos dão ao ato sexual o nome de ‘conhecimento’… sem excitação, a inteligência permanece pendente, flácida, inútil, boba, impotente. Alguns há que, diante dessa inteligência flácida, rotulam o aluno de ‘burrinho’… Não, ele não é burrinho. Ele é inteligente. E sua inteligência se revela precisamente no ato de recusar-se a ficar excitada por algo que não é vital”. Não pude também, deixar de comparar o ato educativo ao ato sexual: preliminares, ápice e relaxamento. Preliminares: apresentação de argumentos, leis, teorias, embasamento teórico, o que já foi estudado, principais estudiosos/pesquisadores e suas descobertas, um comentário aqui, outro ali, pausadamente, com cautela, timidez. Provocação. Depois vem o Ápice: discussões, contra-argumentos, ânimos exaltados, revelações, desconstruções, e sempre com a cautela de nunca partir para a agressividade. Um embate de idéias, não de pessoas. Por fim, o relaxamento: sensação de ter mudado algo na mente e no coração. Paz, tranqüilidade. Comentários aqui e ali. Para alguns foi bom, para outros, não.
Por vezes, em uma atividade educativa só há as preliminares, sem ápice e sem relaxamento. Talvez não tenhamos caprichado tanto ou os interlocutores não estão receptivos ou preparados…e nunca conseguimos atingir a todos.
Nesse processo valem muito os depoimentos e as avaliações escritas que sempre faço e leio depois. Duas coisas ficam claras: (1) a maioria dos participantes não tem idéia do holocausto animal que acontece todos os dias; (2) constata-se mais uma vez o grande poder de engodo da indústria da exploração animal. Nesses cursos os participantes são munidos de informação. Mas a informação sozinha não produz consciência crítica. Por isso sempre torcemos para que essa informação gere conhecimento capaz de transformar suas mentes e vidas. Em cursos como esse, não podemos acompanhar a evolução dos participantes, como acompanhamos por vezes, na escola e na universidade. Mas a semente é sempre lançada.
Após mais esse mini-curso ministrado na UEL (com direito a preliminares, ápice e relaxamento), fiz uma retrospectiva dos cursos anteriores e aulas e palestras e etc e pensei que nunca vou para a “arena” sozinha.
A frase de Newton que dá título ao presente texto é emblemática: “se eu vi mais longe, foi por estar em pé em ombros de gigantes”. Durante todo o processo de planejamento, execução e auto avaliação, procuro estar na companhia de gigantes o tempo todo. Na companhia dos trabalhos desses gigantes.
Se consigo hoje, transpor e defender uma idéia animalista abolicionista ao ponto de colocar outras pessoas para pensar é porque o meu conhecimento foi construído sobre o trabalho de outras pessoas que fizeram da causa abolicionista, vegana, animalista, um nobre propósito de suas vidas.
Certa vez, conversando com Sônia Felipe, ela usou uma metáfora que achei muito interessante: um muro separando a luz (conhecimento) das trevas (falta de). Os desbravadores abrem um furo nesse muro e iluminam o caminho para que outras pessoas possam enxergar. E aos poucos o furo vai aumentando. E mais pessoas enxergando. É o que acontece comigo: exerço minha autonomia de educadora, pesquisadora, cidadã e etc. Mas enxergo os caminhos devido ao feixe de luz que essas outras pessoas vão lançando.
Essas pessoas são muitas. E elas tem nome. No curso sobre vivissecção por exemplo, me apoiei nos ombros de gigantes como Tom Regan, Sônia Felipe, Nina Rosa, João Epifânio Régis Lima, Thales Tréz e tantos outros. Sou muito grata a todos.
Não nasci vegana. Por mais paradoxo que soe, hoje, aos meus ouvidos, já fui a circos, já vi rodeios, já quis comprar cachorrinho no pet shop, já usei bota de couro, achava que comer ovos e leite não tinha nada de mais, entre tantas coisas. O que aconteceu? Onde iniciou e como, um processo que pauta todas as minhas atitudes e escolhas? Analisando o processo, (sim, porque é um processo, está sendo um processo), não posso dizer que houve um fator apenas a determinar essas escolhas, mas vários, em diferentes momentos. E todos se deram pela via da leitura e da busca de informação. Foi meu “momento damasceno”. Para dar conta desse processo, preciso me apoiar nos ombros também de gigantes como Gary Francione, Peter Singer, Carol Adams, e colegas de profissão como o pioneiro Leon Denis, Andresa Jacobs, Aleluia Heringuer, entre outros. Me apoio (de novo) nos ombros de Sônia Felipe e Nina Rosa, (duas grandes responsáveis pelo meu e tantos outros processos damascenos). Me apoio no ombro de gigantes como a ANDA (em todos os colunistas, reportagens, vídeos, notícias) desde o tempo que eu era leitora cada vez mais assídua e mais indignada.
Se hoje posso ver além do que me foi imposto com relação ao tratamento e destino dos animais, foi porque alguém veio antes desbravando o caminho. E, embora eu não seja gigante, tenho tido a oportunidade em minhas aulas e onde mais sou convidada a falar, de oferecer meus ombros para quem estiver disposto a enxergar um pouquinho além.
Por mim e principalmente pelos animais não humanos, agradeço aqui a todos os nominados e não nominados (são muitos) que me ofereceram e oferecem seus ombros como apoio técnico, científico e moral. Que fizeram o furo no muro. E que continuam a iluminar os caminhos.
Marcela Teixeira Godoy. Bióloga, Professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Coordena e trabalha com projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão voltados para o abolicionismo animal. Doutoranda em Ensino de Ciências na Universidade Estadual de Londrina.

Fotógrafo retratou a estupidez humana no olhar dos cães.






Foi um trabalho angustiante para o fotógrafo Tou Chih-kang. Durante dois anos, ele acompanhou de perto os últimos momentos de vida de mais de 400 cães, a maioria abandonados pelos donos numa associação de abrigo de animais em Taoyuan, Taiwan.

Depois de serem fotografados, os animais foram levados por um veterinário para serem adormecidos com uma injecção letal. Ele retratou-os para que não fossem esquecidos, retratou-os para chamar a atenção para uma realidade pouco falada nos órgãos de comunicação de Taiwan: o abandono (e consequente eutanásia) de animais.

Só este ano, as autoridade de Taiwan puseram fim à vida de cerca de 80 mil cães abandonados, de 38 abrigos espalhados pela ilha. Uma realidade que os defensores dos animais locais atribuem a uma crença ainda presente entre a população, de que os cães são seres humanos reencarnados que se portaram de forma indigna noutra vida.

“Eu acredito que não é algo que possa ser falado, deve ser sentido”, disse Tou numa entrevista à Associated Press. “Espero que essas imagens despertem os espectadores para contemplar e sentir por essas vidas infelizes, e perceber a desumanidade a que a sociedade os está a condenar.”

Nos olhares, nos corpos esqueléticos, nas mazelas de maus tratos, vê-se o que de pior existe no ser humano. A crueldade e a capacidade de abandonar: porque cresceram e ocupam mais espaço, porque fazem despesa, dão mais trabalho, perderam a graça, largam pêlo. Porque sim.

“A minha fotografia pode ser um meio para que mais gente se consciencialize deste assunto. Acho que é esse o meu papel”, resumiu Tou Chih-kang. Este mês, as fotografias dão origem a uma exposição no Museu Nacional de Belas Artes, na cidade de Kaohsiung, em Taiwan.

Galeria:
http://yunfeitou.photoshelter.com/gallery/Memento-Mori/G0000pBVGvmeaFko

Fonte : http://espaconoa.wordpress.com/2012/08/17/fotografo-retratou-a-estupidez-humana-no-olhar-dos-caes/

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Não seja indiferente, seja cãociente!


A BIODIVERSIDADE


Um elemento que ganha crescente destaque dentro da questão ambiental é a biodiversidade, ou diversidade biológica ( de espécies animais e vegetais, de fungos e microrganismos). Preservar a biodiversidade é condição básica para manter um meio ambiente sadio no planeta: todos os seres vivos são interdependentes, participam de cadeias alimentares ou reprodutivas, e sabidamente os ecossistemas mais complexos, com maior diversidade de espécies, são aqueles mais duráveis e com maior capacidade de adaptação às mudanças ambientais. Além disso, a biodiversidade é fundamental para a biotecnologia que, como já vimos, é uma das indústrias mais promissoras na Terceira Revolução Industrial que se desenvolve atualmente. 
A humanidade já catalogou e definiu quase 1,5 bilhão de organismos, mas isso é muito pouco: calcula-se que o número total deles na Terra chegue a no mínimo 10 bilhões e talvez até a 100 bilhões! E a cada ano milhares de espécies são exterminadas para sempre, numa proporção que pode atingir 30% das espécies totais dentro de três décadas, se o atual ritmo de queimada e desmatamentos nas florestas tropicais ( as mais ricas em biodiversidade), de poluição nas águas, etc. continuar acelerado. Isso é catastrófico, pois essas espécies foram o resultado de milhões de anos de evolução no planeta, e com essa perda a biosfera vai ficando mais empobrecida em diversidade biológica, o que e perigoso para o sistema de vida como um todo. 
Não podemos esquecer a importância econômica e até medicinal de cada espécie. Por exemplo: as flores que cultivamos em jardins e os frutos e hortaliças que comemos são todos derivados de espécies selvagens. O processo de criar novas variedades, com cruzamentos ou com manipulação genética, produz plantas híbridas mais frágeis que as nativas, mais suscetíveis a doenças ou ao ataque de predadores, que necessitam portanto de mais proteção para sobreviverem e, de tempos em tempos, precisam de um novo material genético para serem corrigidas e continuarem produzindo colheitas. Por isso, precisamos ter a maior diversidade possível, principalmente das plantas selvagens ou nativas, pois são elas que irão fornecer esse novo material genético.

Os organismos constituem a fonte original dos princípios ativos* dos remédios, mesmo que estes posteriormente sejam produzidos artificialmente em laboratórios. Os antibióticos, por exemplo, foram descobertos a partir do bolor ( fungos que vivem em matéria orgânica por eles decomposta); e a aspirina veio originalmente do chá de uma casca de árvore da Inglaterra. É por isso que há tanto interesse atualmente em pesquisas de florestas tropicais ou dos oceanos, em mapeamento genético de organismos. A grande esperança de um novo tipo de desenvolvimento, menos poluidor que o atual, está principalmente na biotecnologia: produzir fontes de energia ou plásticas a partir de bactérias, alimentos em massa a partir de algas marinhas, remédios eficazes contra doenças que matam milhões a cada ano originados de novos princípios ativos de microrganismos ou plantas, etc. 
A biodiversidade, assim, é também uma fonte potencial de imensas riquezas e o grande problema que se coloca é saber quem vai lucrar com isso: se os países ricos, que detêm a tecnologia essencial para descobrir novos princípios ativos e fabricá-los , ou se os países detentores das grandes reservas de biodiversidade, das florestas tropicais em especial. O mais provável é um acordo para compartilhar por igual as descobertas e os lucros, mas ainda estamos longe disso. Os países desenvolvidos, como sempre, têm um trunfo na mão, a tecnologia; mas alguns países subdesenvolvidos, os que têm grandes reservas de biodiversidade, têm agora outro trunfo, uma nova forma de matéria-prima que não está em processo de desvalorização, como as demais ( os minérios e os produtos agrícolas).
OS MOVIMENTOS ECOLÓGICOS

                                                                                    
Nos países desenvolvidos, que se constituem como “sociedade de consumo”, a poluição tende a alcançar graus elevados. A publicidade intensa voltada para os lucros das empresas, convida as pessoas a consumirem cada vez mais. As embalagens de plástico, lata ou papel tornam-se mais importantes que o próprio produto. A moda se altera rapidamente para que novos produtos possam ser fabricados e lançados no mercado. A cada ano que passa as mercadorias são feitas para durarem cada vez menos, para não diminuir nunca o ritmo de crescimento: um automóvel hoje é fabricado para durar no máximo quinze anos; as habitações construídas atualmente têm duração muito menor que as do passado e o mesmo se pode dizer das roupas, além de vários outros produtos. 
Mas é justamente nesses países desenvolvidos que os movimentos ecológicos, as reivindicações populares por um ambiente melhor estão mais avançados. Isso porque a tradição democrática nessas nações é mais antiga e mais forte. Uma das principais formas de se avançar com a democracia, hoje, consiste em lutar por uma melhor qualidade de vida, o que já vem ocorrendo com as associações de consumidores, que lutam por seus direitos, com as organizações de moradores, que reivindicam certas melhorias em seus bairros ou lutam contra a instalação de alguma indústria poluidora, etc. 
Além disso, os cidadãos de certos países exigindo – e, em boa parte, conseguindo – a aprovação de leis que combatam a poluição e facilitem os processos judiciais contra empresas que poluem o ambiente. Tudo isso leva os governos desses países desenvolvidos – que, normalmente, têm uma certa preocupação com eleições e votos – a se voltarem para a questão do meio ambiente, com planos de reurbanização de certas cidades, com a intensificação da fiscalização sobre as empresas poluidoras e com alguns tímidos projetos de reflorestamento ou preservação das poucas matas originais que restam.

Comente!